Não foi de todo possível fazer melhor, em virtude de o espaço se encontrar rodeado por uma rede e de as portas que a ele dão acesso estarem fechadas à chave. Assim, tive de fotografar pelos intervalos da vedação. Uma das questões que frequentemente se me levantam no instantâneo fotográfico é a da privacidade, a dos direitos do fotografado e do fotógrafo. Na minha perspectiva, andar na via pública não é o mesmo que participar num acto público, mas sim uma inevitabilidade de quem tem de se deslocar de um lugar para outro. Quem está num espaço público nada faz, em princípio, para provocar a fotografia, ainda que a ela esteja exposto, e cabe ao fotógrafo avaliar se deve ou não captar a sua imagem. Mas já não assiste a este último o direito de a revelar a outros olhares que não o seu próprio. Qualquer pessoa é a única proprietária da sua privacidade e imagem. Pelo menos, eu assim o entendo. Por muito boas que sejam as intenções do fotógrafo, nada lhe dá o direito de mostrar a imagem de outrém sem a sua permissão. E parece-me que isso é muito pouco observado pelos foto-repórteres do quotidiano que pululam na Internet. permalink | publicado por José Cartaxo, às 22:17 h 0 Comentários: | ||||
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